Este artigo pretende mostrar, dentro dessa vasta temática, como criar, nutrir, treinar e ativar gatilhos internos, sensíveis a movimentos econômicos que, por sua vez, são influenciados ou iniciados por ciclos de mercado. O objetivo é encontrar a melhor maneira de olhar para os seus investimentos, diminuindo a exposição a riscos e, ao mesmo tempo, aumentando a rentabilidade, independentemente do momento econômico.
Índice
Introdução
Com a recente (e constante) queda na taxa básica de juros, surge o momento de tomar decisões assertivas. Este estágio do ciclo de mercado que, desde sempre, move-se de maneira sorrateira e indefectível, não espera os desavisados e costuma deixar dúvidas. Entre elas, a principal é sobre como entender e aproveitar esses movimentos, em um universo de índices e indicadores que fazem parte de uma economia pujante e em constante transformação.
Compreender tais ciclos de mercado é algo essencial no mundo dos investimentos, especialmente frente a um cenário de queda de juros, onde a diversificação das estratégias de investimento tende a favorecer alternativas como o aporte em ativos de renda variável. O assunto sempre traz muita discussão e causa debates calorosos, sendo (cada vez mais) difundido nas mais diversas mídias por especialistas, jornalistas, autoridades e diversas figuras públicas, mostrando o quanto o tema Renda Variável é polêmico.
Acima de tudo, é essencial ter em mente uma verdade inexorável: investidores que conseguem enxergar e entender as probabilidades e particularidades inerentes ao momento do ciclo de mercado que estão vivenciando, tendem a errar menos ao definir a alocação de ativos na carteira.
De onde viemos e para onde vamos?
A crise de 2008 e a pandemia de 2020 foram momentos terríveis para investidores de toda parte e, em ambos os cenários, levou algum tempo até os mercados mostrarem algum sinal de recuperação. Durante a pandemia de Covid-19, a bolsa caiu para patamares que ninguém podia prever e, desde então, vem oscilando em patamares inferiores, onde é possível observar ativos sendo negociados em níveis de preço que relembram 2008, momento caracterizado como uma das grandes quedas da bolsa americana (que refletiu em todo mundo), ocasionada pela bolha imobiliária. No entanto, ali foram montadas posições que podem ter rentabilizado até 200%. Na bolsa, tudo é uma questão de estar pronto para as oportunidades e ter consciência da relação entre tempo e investimento.
Para dar um exemplo prático e (relativamente) recente, vamos utilizar os últimos 5 anos como período para análise. Os momentos que antecederam a pandemia são um bom ponto de partida para iniciarmos um raciocínio sobre essa jornada.
Nesse primeiro instante, o preço dos ativos mais negociados em bolsa vivia uma tendência de alta, os principais índices e indicadores de mercados comportavam-se como luzes de uma árvore de natal, a B3 contava com quase um milhão de CPFs cadastrados e a onda de euforia que atingia novos investidores era contagiante. Ao mesmo tempo, essa situação gerava calafrios na espinha de quem já tem um pouco mais de experiência na bolsa, visto que tanto a euforia para compras quanto o mercado a preços de níveis de resistência são assuntos que, quando colocados na mesma frase, merecem atenção triplicada.
Os investidores que iniciaram o ano de 2020 com dinheiro em caixa, especialmente aqueles que costumam apostar em ativos de renda variável, devem ser considerados abençoados. Nesse momento, estávamos enfrentando uma das maiores quedas históricas de bolsas ao redor mundo e, aqui no Brasil, não foi diferente. Infelizmente, assistimos o Índice Ibovespa (Ibovespa B3) cair 40% em poucas semanas e, diante desse movimento, pudemos acompanhar algumas situações peculiares na realidade dos investidores.
Alguns assistiram o início dessa tendência de queda e não acreditaram que ela continuaria, então preferiram manter seus ativos em carteira. O resultado foi traumático, para dizer o mínimo, com muitos observando enormes quedas e, no caso de alguns ativos, movimentos irreversíveis causados pela pandemia de Covid-19 e pelas maneiras como ela afetou os setores de algumas empresas que, até então, tinham seus papéis bem precificados. Muitos desses investidores perderam tanto que desistiram de investir, por terem vivido uma experiência de perda tão significativa e, em muitos casos, traumática e irreversível.
Outros, com uma dose extra de sorte, tinham seus recursos alocados em ativos de renda variável, mas conseguiram assistir a bolsa cair e subir em um gráfico acentuado (quase como a letra V) sem maiores incidentes. Estes, que estavam mais protegidos porque mantiveram seu capital mais afastado de ativos com grande volatilidade e risco, aprenderam “no susto” que, de tempos em tempos, esse tipo de movimento é esperado na bolsa.
Um terceiro perfil foi o investidor que vendeu seus ativos no momento do início da queda e, quando o mercado reverteu, “subiu comprado” como costuma-se dizer no mercado, conseguindo auferir bons lucros. Investidores que se enquadram no último perfil tendem a ser pessoas que, provavelmente, já tinham alguma experiência anterior ou estavam bem assessorados por profissionais da área ou um escritório de assessoria de investimentos com habilidade para desenvolver tal movimento com segurança.
Na época, alguns veículos de comunicação noticiaram que investidores estavam abandonado produtos de renda fixa em busca de maior rendimento, o que corrobora com o nosso ponto de vista de manter uma ótica de investidores ao procurar ativos com alguma exposição a risco, tais como ações de derivativos, mas ainda dentro de um planejamento que permite maior controle e proteção, garantindo maiores margens de retorno.
Esse movimento durou pouco mais de um ano e, já no início de 2022, vivíamos um cenário onde o início de uma alta na taxa de juros era impulsionado pelo cenário econômico mundial. Todos assistiram a queda de rentabilidade dos fundos imobiliários (que estagnaram) e índices como o Ibovespa e o S&P500 em queda abrupta, enquanto a taxa de juros subiu e passou a proporcionar um rendimento um pouco mais constante e previsível, na casa dos 12%.
A partir desse ponto, aqueles com uma carteira mais focada em ativos de renda variável não puderam colher resultados tão bons. Por outro lado, investidores que aplicaram seus recursos, predominantemente, em ativos de renda fixa, conseguiram atingir rendimentos constantes, previsíveis, consistentes e com risco extremamente baixo.
Já no início de 2023, era possível observar a bolsa com um patrimônio líquido abaixo de 40% da média histórica, FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) baratos e criptomoedas igualmente baratas, juntamente com o que, provavelmente, é o indicador mais importante: a taxa de juros, que apresentava forte tendência de cortes.
Momento atual
Recentemente, a B3 chegou a atingir a máxima histórica de 134.163,59 pontos, o que foi um momento de euforia para muitos, além de um sinal de recuperação dos momentos recentes de pânico. Quando reunimos as informações em torno de bons ativos descontados e bolsa atingindo máximas históricas, o que caracteriza empolgação no momento por parte dos investidores e taxa de juros com tendência de queda, podemos crer que, se a história se repetir, poderia fazer sentido aumentar a exposição em renda variável.
Talvez essa seja uma mistura bem explosiva mas, dentro desse cenário existem ações que vão subir e ações que vão cair. De modo geral, na média, as ações têm um patrimônio líquido histórico bem definido, mas é necessário escolher as melhores ações e, obviamente, esse é um trabalho que envolve muita técnica, estudo, diligência e experiência. É nesse momento que uma assessoria de investimentos bem estruturada pode auxiliar no desenvolvimento e acompanhamento dos seus recursos, desenvolvendo uma estratégia alinhada com os resultados de uma análise detalhada do seu perfil de investidor.
Perfil de Investidores
Todos os dias, tomamos decisões em nossas vidas. Algumas mais comprometedoras que outras e, com certeza, algumas que podem alterar, positiva ou negativamente, nosso futuro, colocando em risco muito do que nos importamos, sejam recursos, negócios ou, até mesmo, a segurança de nossas famílias. Investir não é uma decisão que você deve tomar sem, antes, avaliar bem os cenários e, até mesmo, procurar a ajuda de especialistas com mais experiência.
Alguns dos profissionais que avaliam e teorizam o comportamento e a psicologia do investidor dizem que, quando tratamos de investidores iniciantes e amadores, 80% é emoção e 20% razão no momento de investir.
Dentre os vários perfis de investidores alguns se ressaltam:
Que têm história pra contar – Aqueles que se baseiam em experiências passadas, que por terem passado por uma experiência investimento (seja bom ou ruim), ao serem direcionados preferem sempre continuar com as possibilidades boas que já viveram, ou que preferem estar na outra ponta de investimentos que, em algum determinado momento, foram ruins. Nesse caso, vale lembrar que a bolsa vive de ciclos e o que foi bom pode ser ruim, assim como o que foi ruim pode ser promissor. Tudo é uma questão de timing.
Que têm aversão a perda – Investidores que, para protegerem-se da perda, colocam em risco a liquidez e, até mesmo, a rentabilidade de um investimento.
Que acreditam na mídia – Existem também aqueles que são muito impactados pelas notícias, sendo que estas (principalmente quando o(a) comunicador(a) não tem todo o embasamento necessário) podem alterar a precificação do mercado. Nem sempre isso é uma regra, por isso a importância de diversificar as fontes de informação e modular os níveis de interferência de tais dados sobre os investimentos.
O excesso de confiança, quando imbuído no modo de pensar do investidor, também pode ser nocivo quando falamos em multiplicar valores no mercado de capitais. Geralmente, esse tipo de conduta pode tornar turva uma visão racional, afetando o poder de reflexão sobre a capacidade de dimensionar o risco do investimento.
Usar estatísticas e dados para direcionar os investimentos pode ser uma boa aplicação de tais informações (quando bem utilizadas) mas, se usadas apenas como unidades de informação isoladas, tais dados podem ser perigosos. Analisando somente um determinado indicador, os investidores podem obter uma visão incompleta e, além disso, distanciar-se de fontes fidedignas que permitam identificar uma mudança de tendência, ficando despreparados para possíveis mudanças significativas.
Quem está operando na bolsa?
De acordo com o último estudo sobre a evolução do perfil de pessoas físicas operando na B3, o perfil dos investidores mudou de forma considerável nos últimos anos, com alterações na faixa etária, aumento expressivo no número total e participação, cada vez maior, do público feminino.
Em 2018, o número de investidores PF na B3 era de cerca de 700 mil. Já em dezembro de 2022 foi atingida a marca de 5 milhões de CPFs cadastrados, representando um aumento de mais de 700%.
Para monitorar a participação destes investidores no mercado financeiro, a B3 elaborou dois estudos sobre seu perfil e comportamento, considerando dados da central depositária de renda variável da B3 e dados qualitativos, provenientes de entrevistas com investidores. Trata-se de uma pesquisa muito valiosa para entender o dinamismo das mudanças dos números e perfil dos investidores da bolsa.
Conclusão
Podemos perceber que, seja qual for o seu perfil de investidor, é essencial entender os ciclos de mercado e ter acesso a informações claras e precisas antes de tomar qualquer decisão. Acima de tudo, convém contar com a ajuda de especialistas, caso economia e finanças não sejam suas principais áreas de atuação.
Se você quiser garantir uma experiência mais tranquila ao investir, tem dúvidas sobre como navegar nesse cenário e quer proteger seus investimentos a fim de garantir um retorno positivo, entre em contato com nossos especialistas. Nossa equipe está à sua disposição para auxiliar com quaisquer dúvidas ou preocupações, bem como para ajudar a escolher uma carteira de investimentos que atenda aos seus objetivos e perfil de investimento.